Ele quer mais. Tiago Santiago, autor de Uma Rosa com Amor, não solta fogos com os oito pontos de média que a trama vem conquistando nas últimas semanas. Mas demonstra tranquilidade na hora de avaliar que, mesmo abaixo dos esperados dois dígitos consolidados, o saldo é positivo. "Sou otimista mesmo, ambiciono a liderança. Mas, diante do horário de exibição e da concorrência com telejornais e muitos fatos jornalísticos que atraíram a atenção do público, o resultado foi excelente. Não chegamos na meta, mas ficamos bem perto", valorizou. A expectativa de Tiago era ver o remake do original de Vicente Sesso no ar às 19 horas, assim como na primeira exibição do folhetim, em 1972, na Globo. Mas a direção da emissora optou por programá-lo às 20h15. "O nosso melhor desempenho se dá após o Jornal Nacional, da Globo. Se a briga fosse de novela contra novela, o resultado poderia ser ainda melhor", supôs.
Uma Rosa com Amor foi a primeira de quatro novelas que você deve escrever no SBT. Que balanço faz dessa estreia na emissora?
Foi o primeiro passo de uma jornada que espero ser longa e próspera. Figuramos sempre entre as maiores audiências da emissora e, várias vezes, até a maior de segunda a sexta. Às 20h, a gente luta contra a tradição do brasileiro de assistir ao telejornal. E pegamos um período particularmente catastrófico desde março até agora. Aconteceram muitas coisas que mobilizaram a atenção do público, como os deslizamentos de terras, o caso Bruno, o julgamento do casal Nardoni, a própria Copa do Mundo, enfim, muitos fatos jornalísticos que se destacaram. Diante disso, foi uma vitória espetacular chegarmos a oito pontos de média com picos de 10 em São Paulo. Isso porque no Rio a gente tem média de mais ou menos 10 pontos, com picos de 14. O nosso melhor desempenho se dá no final do Jornal Nacional, da Globo. Talvez se a briga fosse de novela contra novela, o resultado terminasse ainda melhor.
Assim como em sua estreia na Record, você optou por reescrever uma história que já fez sucesso anteriormente na tevê. Foi uma estratégia ou coincidência?
Foi, sim, uma questão de estratégia. Há uma diferença porque A Escrava Isaura não era um remake. Eu não usava os capítulos do Gilberto Braga. Agora, tive acesso ao texto do Vicente Sesso. A ideia era pegar uma história que marcou sua época e, por isso, tem uma legião de fãs. Eu precisava disso como uma tomada de fôlego, já que vinha de 600 capítulos originais da trilogia Os Mutantes. Necessitei desse tempo para criar uma novela nova e original, que vai ser a minha próxima no SBT.
Surgiram rumores de um estranhamento entre você e o diretor Del Rangel. O que aconteceu?
A relação entre autor e diretor deve ser sempre de muita sintonia e parceria. Os dois são como arquiteto e engenheiro: um projeta e o outro realiza. É preciso que eles sempre dialoguem para que a obra seja boa. Encontrei no Del um artista, um bom parceiro. As dificuldades, quando acontecem no decorrer do trabalho, são conversadas. Algumas relações, assim como casamentos, funcionam melhor que outras. Foi um saldo positivo, mas prefiro não me estender muito sobre esse assunto.
Suas novelas na Record foram marcadas por tomadas de ação, ao contrário de Uma Rosa com Amor, que só explorou isso na reta final. Você pretende retomar esse estilo?
A questão da ação é mesmo uma marca de minhas obras originais e pretendo retomá-la, sim. Cenas de perseguição, com fortes emoções, deram muito resultado na Record. A Escrava Isaura era a história de uma mulher perseguida, em fuga. Depois, em Prova de Amor, eu tinha também o herói perseguido. E em Os Mutantes, idem. Chegamos a fazer sequências de incêndio que ficaram espetaculares em Uma Rosa com Amor.
Você já sentiu arrependimento por ter deixado a Record para assinar um contrato longo com o SBT?
Não. A proposta profissional do SBT foi simplesmente o dobro da que eu tinha na Record! Uma valorização importante! E gosto dessa ideia de abrir um mercado. Abrir nem é o caso aqui, porque a Íris Abravanel já estava tocando a dramaturgia no SBT. Mas estou incentivando esse novo núcleo em São Paulo. Se depender do meu empenho, a emissora vai crescer muito ainda. E as classes artística e técnica paulistas são carentes de uma boa fábrica de novelas.
Uma Rosa com Amor - SBT - Segunda a sábado, às 20h15. Termina dia 16 de agosto.
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