Por isso mesmo, Ricardo ainda não sabe se Léo (Gabriel Braga Nunes) vai realmente ser assassinado, conforme estava previsto na sinopse original. Da mesma maneira, ele e Gilberto voltaram atrás na hora de matar a dissimulada Tia Neném (Ana Lúcia Torres). "O excepcional trabalho da atriz salvou Tia Neném de morrer a facadas", brinca o autor. Com 14 novelas no currículo, entre colaborações, coautorias e dois trabalhos-solos - "Meu bem-querer" e "Agora é que são elas" -, Ricardo Linhares ri da tese que afirma que "Insensato coração" é a novela recordista em número de mortes. Mas admite que sempre que há um assassinato qualquer os picos de audiência disparam. "Se a gente parar para contar, tem mais gente viva do que morta na novela. Mas a morte sempre chama mais a atenção, não é mesmo?", graceja. Em entrevista ao Riguinoticias, Ricardo fala dos próximos capítulos de "Insensato coração", comenta a audiência da novela e elogia a parceria com Gilberto Braga.
André Bernardo - É verdade que o Léo (Gabriel Braga Nunes) deve morrer nos próximos capítulos?
Ricardo Linhares - Isso ainda não está decidido. Segundo a sinopse original, o Léo estava marcado para morrer. Mas ainda não decidimos o que vai acontecer com ele. A sinopse vazou na internet, sim, mas acredite: ainda temos boas surpresas guardadas para o público.
Pergunta- O fato de a sinopse ter vazado causou transtornos? Vocês tiveram que fazer alterações na história?
RL - Olha, o público não está muito aí para sinopse de novela. Se o fato de a sinopse ter vazado ou não, isso interessa mais à imprensa do que ao público em si. O público quer ver o capítulo no ar e gostar dele. É isso o que importa. Quanto à sinopse, você não precisa seguir ao pé da letra tudo o que está escrito lá. Se eu quiser mudar a história no meio do caminho, eu mudo. E algumas coisas da sinopse de "Insensato Coração" foram mudadas. Mas não porque a sinopse vazou e, sim, por causa do processo natural da história.
Pergunta - Você pode dar um exemplo de algo que não estava previsto na sinopse?
RL - A personagem da Tia Neném é um bom exemplo disso. Segundo a sinopse, ela estava marcada para morrer a facadas. Mas, graças ao trabalho excepcional da Ana Lúcia Torres, a Tia Neném está aí até hoje. Novela também é uma "caixinha de surpresa". Você nunca sabe exatamente o que vai acontecer no capítulo de amanhã.
Pergunta- Até o momento, já foram contabilizadas 17 mortes na novela. Assassinato dá audiência?
RL - Isso já está virando lenda... (risos) Não é verdade que esteja todo mundo morrendo em "Insensato Coração". Se a gente for parar para contar, tem mais gente viva do que morta... (risos) Mas a morte sempre chama mais a atenção, não é mesmo? Curiosamente, os grandes picos de audiência da novela foram registrados em capítulos onde alguém morreu, acredita? Bem, o que acontece é o seguinte: sempre tive muita preocupação com o elenco das minhas novelas. Não gosto de ter um personagem na novela se ele não tiver função na trama. Prefiro escalar um ator para fazer uma participação especial e sair logo em seguida a ficar enrolando o ator por vários capítulos sem ter nada o que fazer. Por isso, há tantas mortes. Mas, as participações especiais dão uma dinâmica à novela.
Pergunta - Curiosamente, você não esperou os capítulos finais para punir os vilões e casar os mocinhos. Por quê?
RL - Eu e Gilberto não gostamos de prender história. Se temos uma história boa para contar, gostamos de contá-la logo. Por que segurar a trama? Sim, o Léo (Gabriel Braga Nunes) e o Cortez (Herson Capri) foram desmascarados a dois meses do final da novela. O Pedro (Humberto Leão) e a Marina (Paola Oliveira) também vão casar nos próximos capítulos.
Pergunta - A propósito, Gabriel Braga Nunes e Paola Oliveira não foram as primeiras opções para Léo e Marina. O que achou da atuação deles?
RL - Estou totalmente satisfeito. Costumo falar que não interessa como uma novela começa e, sim, como ela termina. E isso é verdade. Os dois imprimiram a marca deles no papel. O Gabriel está trabalhando tão bem que a mãe dele (a atriz Regina Braga) se recusa a ver as cenas do filho. Hoje em dia, não consigo mais imaginar o Léo e a Marina sendo interpretados por outros atores.
Pergunta - Há poucos dias, vocês exibiram a cena em que Cortez (Herson Capri) repete a "banana" que Marco Aurélio (Reginaldo Faria) deu para o Brasil na novela "Vale Tudo"? O que mudou nestes 23 anos?
RL - O que mudou foi o Brasil. Antigamente, o corrupto dava uma banana e fugia. Hoje em dia, ele dá uma banana e é preso. Cortez está sendo devidamente preso, julgado e condenado por crimes contra o sistema financeiro. Eu e Gilberto quisemos mostrar, através de uma cena que ficou marcante no imaginário popular, que o Brasil está passando por uma transformação. Hoje em dia, há vários casos de corruptos que estão sendo punidos. É curioso notar que o público sempre torce mais pelos vilões. Mas isso ao longo da novela porque, no último capítulo, os vilões têm sempre que se dar mal. Sou totalmente a favor dos finais felizes. Para mim, os heróis têm que se casar e os vilões têm que ser punidos pelo que fizeram.
Pergunta - Das muitas tramas de "Insensato Coração", qual mais surpreendeu você?
RL - A trajetória da Norma (Glória Pires) é um tanto surpreendente. Sempre achei que o público gostaria da Norma porque ela foi vítima de uma injustiça no início da novela. Mas chegou a um ponto em que o público perdoa a Norma mesmo depois de ela roubar, enganar, matar... Isso me surpreendeu um pouco. A ética brasileira é meio elástica. Você lembra da Bebel (Camila Pitanga), de "Paraíso tropical"? Pois é. A Bebel fazia as maiores atrocidades e o público adorava ela. Em relação a Norma, o que eu posso dizer é que ela nunca deixou de gostar do Leo. O que ela sente por ele não é desejo de vingança; é amor, é paixão. Se ela quisesse se livrar do Léo, já teria entregado ele à polícia ou encomendado a morte dele para algum matador de aluguel, não é verdade? O que ela quer é ter o Léo sob as suas garras.
Pergunta - O que você pode adiantar sobre o namoro de Hugo (Marcos Damigo) e Eduardo (Rodrigo Andrade)? Como o público está reagindo?
RL - Personagens gays não devem nunca ser empurrados goela abaixo do público. Pelo contrário. O tema precisa sempre ser abordado de maneira lenta, gradual e delicada. Para o público aceitá-los e, principalmente, torcer por eles, é preciso que, em primeiro lugar, o público goste deles. E acho que o público está gostando do Hugo e do Eduardo. O Hugo é um professor respeitado. O Eduardo é um filho maravilhoso. Os personagens não são estereotipados. Acho que o público aprovou a proposta.
Pergunta- A homofobia é um dos principais temas da novela. O que pretendem com essa abordagem?
RL - A novela "Insensato coração" está ajudando a divulgar uma lei que a maioria das pessoas desconhece. Não há lei que proíba a troca de afeto entre duas pessoas em público. Veja bem: não estou falando de atentado ao pudor. Novela tem que ser entretenimento (se ela for chata, ninguém assiste) e informação. É preciso que a TV divulgue temas que as pessoas desconhecem. Nos próximos capítulos, a violência contra gays vai crescer ainda mais. Esses ataques vão culminar com a morte de um deles, o Gilvan (Miguel Roncato). O preconceito é um tema importante a ser discutido em sociedade. Quero que a novela vire fórum de discussão para as famílias brasileiras.
Pergunta- Na reta final, a audiência de "Insensato coração" chegou à casa dos 45 pontos. Como você analisa os números do ibope?
RL - Em nenhum momento, enfrentamos qualquer tipo de concorrência no ibope. Sempre tivemos mais que o dobro dos outros programas exibidos no mesmo horário. "Insensato coração" sempre teve uma audiência maravilhosa. O que caiu, de fato, foi a audiência da TV aberta no Brasil. Hoje em dia, as pessoas veem novela no celular, YouTube, internet, entre outras mídias. Pouca gente assiste no horário convencional. Conheço pessoas que veem o capítulo de madrugada ou no dia seguinte. O mundo mudou. E o comportamento do telespectador de TV aberta também. Não é o mesmo de 20 ou 30 anos.
Pergunta - "Insensato coração" é a segunda novela escrita a quatro mãos por você e pelo Gilberto. Como vê essa parceria?
RL - Eu e o Gilberto temos uma parceria muito legal. Não sei explicar direito o que é. Química? Intuição? Não sei. Só sei que a gente se completa em muitos aspectos. Isso sem falar que o Gilberto é um ídolo para mim. Eu assisti à novela "Dancin’ Days" quando tinha 14 anos! Quando eu podia imaginar que, um dia, estaria trabalhando com ele? (risos) Entre nós, não existe briga, conflito, vaidade. Isso é muito legal.
entrevista muito boa !
ResponderExcluirodeio a norma , ela è uma burra demente !!!!!!!!!!
ResponderExcluirNORMA MORRE E LEONARDO TAMBEM !
ResponderExcluirGLORIA PIRES , PESSIMA ATUAÇAO !
ResponderExcluirEra pra ter perguntado da Cecilia e de Rafa.Nada a v ela ficar gravida de Venicios.
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