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domingo, 11 de julho de 2010

Sucesso de público, 'Escrito nas estrelas' prova a força dos temas sobrenaturais nas novelas


O segredo do sucesso pode estar tanto no céu, na figura do mocinho vivido pelo novato Jayme Matarazzo que, mesmo depois de morto, tenta levar algum conforto aos que ama. Ou aqui na terra, com a batalhadora Viviane (Nathália Dill), heroína que desperta o interesse do médico Ricardo (Humberto Martins), peita o sarcástico vilão Gilmar (Alexandre Nero) e ainda enfrenta as perigosas peruas feitas por Zezé Polessa e Débora Falabella.

 Desde a estreia, "Escrito nas estrelas" vem registrando 30 pontos na média nacional do Ibope e conquistando a maior audiência do horário das 18h dos últimos anos - números que ultrapassam os de suas antecessoras "Cama de gato" (com 24 pontos), "Paraíso" (23 pontos) e "Negócio da China" (21 pontos).

Mais do que só no sobrenatural, o êxito de "Escrito nas estrelas" está apoiado numa receita clássica: a mistura de espiritualidade, comédia e romance. A trama é um acerto da autora Elizabeth Jhin, de volta ao horário das 18h da Globo após "Eterna magia" (2007), seu primeiro folhetim solo, que teve problemas em conquistar o público. Um dos protagonistas da atual história, Humberto Martins credita os bons índices da obra justamente ao texto.

" Esse é um assunto universal e qualquer novela que toque nisso vai interessar. Todo mundo quer entender algo além do material, se existe outra vida... "


- De nada adianta explorar um tema como esse se ele não for conduzido da forma que é, com coerência de dialética - destaca o ator, citando "as importantes lições de vida apresentadas da novela".

Uma das principais mensagens, frisa, está na transformação orquestrada no dia a dia de seu personagem, um médico endinheirado que revê conceitos e prioridades após a morte do filho.

- Ele começa a perceber que as pessoas perdem tempo com o que não importa - observa Martins.

Experiente na abordagem de temas espirituais na TV, Walcyr Carrasco, autor do megassucesso "Alma gêmea", é outro fã do trabalho de Elizabeth.

- O tema é forte, mas as pessoas gostam porque a história é bem dirigida e escrita - aponta o novelista. - Esse é um assunto universal e qualquer novela que toque nisso vai interessar. Todo mundo quer entender algo além do material, se existe outra vida... Essa ideia é sedutora para todos nós, até para os ateus.
Professora e pesquisadora do Núcleo de Estudos de Telenovelas da USP, Maria Cristina Mungioli afirma que um dos méritos de "Escrito nas estrelas" está na abordagem dos valores familiares:

- A espiritualidade está presente de uma forma bem construída, o que torna a novela plausível, apesar de tudo. Além disso, a história permite um diálogo vivo com nossa sociedade. Há um sincretismo forte em nossa formação religiosa. As pessoas são católicas, mas acreditam em outras coisas. E a apropriação desse tema é feita por meio dos valores da família, de um pai que perde um filho.

De acordo com Cristina, o único senão da trama é não discutir de forma mais aprofundada a questão ética que envolve o uso de um sêmen de um jovem morto em uma inseminação.

- Essa história da moça que terá um filho sem pai poderia render mais debate - sugere.

Tipinho mau humorado, mas ao mesmo tempo gaiato e sedutor, Gilmar, interpretado por Alexandre Nero, também está entre os acertos de "Escrito nas estrelas", segundo a especialista.

- Os vilões da novela são muito bem construídos. Nero está arrasando. A vidente feita pela Jandira Martini (Madame Gilda) também é ótima - lista a pesquisadora da USP.

No ar em sua terceira novela, o ator conta que a repercussão agora é gigante:

- Já fiz "A favorita" e depois "Paraíso", que era às 18h. Tinha um personagem de destaque nesta segunda novela e percebi a diferença em atuar nos dois horários. Mas, agora, é como se eu estivesse no ar em horário nobre. Todo mundo me reconhece e fala comigo.

As divertidas e atrapalhadas vilãs Beatriz (Débora Falabella) e Sofia (Zezé Polessa) também são personagens populares do folhetim.

- Essa trama é uma unanimidade. Mesmo quem não costuma acompanhar novela vem comentar as cenas comigo - conta Débora Falabella.

" Essa história da moça que terá um filho sem pai poderia render mais debate "


A atriz é mais uma que destaca a feliz abordagem escolhida pela autora de "Escrito nas estrelas".

- O tema espiritual da novela é perigoso, ainda mais por usar efeitos e mostrar até os espíritos voando. Mas, ao mesmo tempo em que trata de um assunto profundo e toca as pessoas, a história sabe ser leve - pondera Débora, no intervalo de uma gravação.

Presente na cena, Zezé Polessa deu sua opinião:

- Uma das grandes angústias da vida é saber que você vai morrer e qualquer obra que trate disso chama mesmo a atenção.

Um dos diretores de "Escrito nas estrelas", Pedro Vasconcelos tenta apontar o motivo que levou o público a abraçar a trama:

- É uma novela que tem orgulho de ser novela. Com todos os seus elementos.











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